Cidinho Teixeira em noite especial
Apesar do rápido contato com Gilberto e Escalier e da complexidade dos temas executados (só fizeram um ensaio na manhã de domingo), a música rolou com desenvoltura, abrindo espaço para solos e improvisações do trio. A música instrumental transitou por vários ritmos, do samba ao choro, do baião ao afoxé, passando pelo jazz-fusion e pelas poliritmias. Ao final da primeira parte, a cantora Regina juntou-se ao grupo para interpretar "Flor de Liz", de Djavan. Na segunda parte, Cidinho chamou ao palco alguns amigos com quem tocou no conjunto Arpege, na década de 50 - João Ivo Souza (saxofone), Huguinho (bateria) e José Mello (acordeão e piano).
Emocionado pelo retorno a Rio Grande depois de 28 anos, Cidinho contou um pouco de sua história e, referindo-se a dupla que o acompanhou, destacou a tradição rio-grandina de ter grandes instrumentistas. Milcíades Teixeira, 65 anos, está radicado em Nova Iorque há 22 anos, onde mantém carreira artística juntamente com o baterista (também rio-grandino) Portinho (Telmo Porto) - ambos já renomados no jazz da noite nova-iorquina. O músico se encontrava no Rio de Janeiro e sua vinda a Rio Grande resultou de um esforço de amigos, do pessoal do blog Papareia e do tecladista José Mello (empresário rio-grandino que reside em Joinville - SC). Com o apoio do apresentador Caminhos do Jazz, da Rádio Universidade FM, José Celmer, o evento acabou sendo uma edição extra do Projeto Conexão Jazz.
Cidinho começou sua carreira no final da década de 1950, como acordeonista na boate Chez Nous, no Cassino, e no conjunto Arpege, de Rio Grande, juntamente com José Mello, João Ivo Souza, Huguinho, Ary Piassarollo, Canabá Ballester, Wilson Carvalho, Mujica, Ivan Porto, Romeu Xavier e outros músicos.