Conexão Jazz

A busca de novidades para o programa Caminhos do Jazz, apresentado pela Rádio Universidade FM - 106,7mHz, emissora Furg, foi a partida para a criação do projeto Conexão Jazz em 2004. A partir de contatos com gravadoras e produtoras, o apresentador do programa, J. C. Celmer, descobriu a viabilidade de trazer até Rio Grande (RS) experiências musicais de alto nível, a preços populares e com a participação de músicos que se apresentam em salas do mundo inteiro.

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Location: Rio Grande, Rio Grande do Sul, Brazil

Sunday, May 27, 2007

Roseanna Vitro / Allen Farnham Quartet

Será inesquecível a apresentação que essa dupla norte-americana de jazz, acompanhada pela seção rítmica local, fez no Teatro Municipal no dia 18 último. Já era de se esperar, pois o Conexão Jazz, que produziu o show, e a Rádio Universidade 106,7 FM, através de seu programa "Caminhos do Jazz", desde outubro vinham alertando sobre a excelência da atração que viria até Rio Grande.


Foi a primeira incursão de Roseanna e Allen pelo território brasileiro, e nós tivemos a primazia de assistir a esse debut, o privilégio de estar lá, naquela noite memorável.Roseanna Vitro, no auge de sua forma musical aos 55 anos de idade, e Allen Farnham, aos 45 anos, esbanjando talento e criatividade, apresentaram um repertório bem escolhido variando entre temas rápidos e médios, algumas musicas brasileiras e novos standards instrumentais traduzidos para o vocal.O entusiasmo dos músicos e do público foi sempre crescente, culminando com cinco minutos de aplausos tanto na penúltima música como no já tradicional encore, ou o nosso "mais um..." Roseanna tem presença de palco e atividade incríveis, além de uma voz espetacular.


A tensão inicial de tocar com músicos novos e desconhecidos para ela sumiu totalmente a partir da segunda música quando sentiu a qualidade excepcional do baixista Gilberto e do baterista Eduardo e começou um diálogo musical constante, principalmente com o Eduardo, incentivando-o e dando dicas quanto à quebras de compasso e cadências. Com o Gilberto foi a mesma coisa, e daí então os dois músicos locais foram um show à parte.Allen Farnham formado pela escola Oberlin, do estado de Ohio, em 1983, data em que fez sua primeira gravação em um vinil independente como integrante do quinteto de Kenny Davis & Ernie Krivda, grava e também já produziu mais de 40 discos pelo selo Concord, que nos últimos anos, englobou conglomerados como a Fantasy e agora a Telarc, como o próprio Allen nos comunicou após o show. Quando o informei que o vinil da North Coast Records seria tocado no domingo no "Caminhos do Jazz" ele ficou impressionado e disse que só havia 2 cópias desse disco no mundo todo, a dele próprio e uma outra. Resultado: colocou em suas anotações que no Rio Grande, no Brasil, havia uma outra. Pequenas coisas que estão colocando a nossa terra no mapa do circuito musical mundial. Quanto ao talento desse músico, a prova maior no sábado foi quando ele tocou, liderando o trio, o tema "Manhã de Carnaval" num tempo absolutamente lento e usando muito o silêncio como complemento musical, bem ao estilo Bill Evans. Ao final da música, o silêncio e atenção da platéia, que quase lotou o teatro, era total, irrompendo num longo e frenético aplauso após a última nota.


Como se não bastasse a visita desses dois grandes talentos, veio junto com eles o grande e famoso produtor musical e engenheiro de som Paul Wickliffe, nome constante nas contra-capas de CDs, e que é marido de Roseanna Vitro, que proporcionou o desenho sônico perfeito da apresentação.Para mostrar que a performance de Roseanna Vitro em Rio Grande deve ter sido uma das melhores em sua longa e exitosa carreira musical conto o que ouvi após todos os cumprimentos, venda de discos, e autógrafos; Paul Wickliffe chamou Roseanna em um canto do saguão, casualmente onde eu estava, e disse reservada e intimamente uma verdade que era para ser um segredo do casal de artistas, mas que meu ouvido espichado e indiscreto captou: "YOU KILLED". Matou a pau.

Colaboração de Roberto Przbylski, expert in jazz, músico e apresentador do Programa "Caminhos do Jazz, da Rádio Universidade, 106,7 FM
fotos: JC CELMER

Alma de Gato


Em seu 9º concerto, o Projeto Conexão Jazz, com a parceria da Rádio Universidade, 106,7 FM, apresentou o quarteto instrumental Alma de Gato. Formado pelos músicos rio-grandinos Edinho Galhardi (bateria), Maurício Cunha (guitarra), Carlos Garcia (guitarra e composições) Gilnei Oliveira (baixo) , o quarteto mostrou sua qualidade através de repertório próprio.

A banda já havia participado do Conexão Jazz em julho do ano passado quando fez o show de abertura para o concerto dos ingleses Trevor Watts e Jamie Harris, e surpreendeu o público pelo alto nível musical. Foi no dia 9 de setembro de 2006, no Teatro Municipal.

Friday, May 25, 2007

Boca de Siri

O trio instrumental Boca de Siri foi a atração do Conexão Jazz no dia 12 de agosto de 2006, no Teatro Municipal. O projeto criado para trazer músicos internacionais a Rio Grande privilegiou mais uma vez a produção jazzística local. A banda reúne três feras - o guitarrista Fernando Amaral (hoje radicado em Porto Alegre), o baterista Eduardo Escalier e o baixista Gilberto Oliveira, que faz sua estréia no grupo. O Boca de Siri existe há cerca de três anos. Para a apresentação, contou com um convidado especial, o trompetista Roberto Przybylski. O grupo interpretou standards do jazz - como Stella by Starlight e All the Thigs You Are -, temas de Miles Davis, Pat Metheny e Herbie Hancock, além de compositores nacionais e composições próprias no estilo jazz-fusion.
Por Hamilton Freitas
foto: JCelmer

Conexão Jazz abre 2006 com Cliff Korman


O pianista mostrou que absorveu os segredos da MPB e afirmou ter o dom da linguagem brasileira e habilidade improvisional No primeiro evento de 2006, o projeto Conexão Jazz apresentou o pianista norte-americano Cliff Korman. Foi no dia 25 de março, no Teatro Municipal. A dedicação de Korman para a música brasileira continua com firmeza incansável. No ano 2000, ele foi destaque em um projeto com Andreas Vollenweider no dueto com Wagner Tiso e acompanhando Mílton Nascimento com um quinteto de cordas e percussão. No princípio de 2001, ele arranjou, produziu e tocou piano em Blue Bossa da cantora brasileira Ana Caram, além de produzir o retorno de Chuck Mangione. Também excursionou em Portugal e Itália com o projeto Gafieira Dance Brasil - que acabou virando CD - e recebeu grandes elogios da imprensa.
No palco do Municipal, acompanhado por Gilberto Oliveira (baixo, guitarra e violão) e Eduadro Escalier (bateria), o pianista mostrou que absorveu os segredos da MPB e afirmou mais uma vez ter o dom da linguagem brasileira e habilidade improvisional. A carreira de Korman teve início nos primeiros anos da década de 80, quando começou a pesquisar e estudar técnicas de improviso e diferentes linguagens musicais. Foi então que descobriu sua paixão pela música brasileira e decidiu se estabelecer no País, dando início a uma série de projetos em parceria com o clarinetista Paulo Moura, como o disco Mood Ingênuo - Pixinguinha Meets Duke Ellington (gravadora Jazzheads), de 1996.


A melodia brotou do trio, cresceu e com ela veio um mundo de emoções evocadas por arranjos bem elaborados. Luíza, de Tom Jobim, foi o prelúdio certo para a faixa central de Mood Ingênuo: o potpourri de Pixinguinha e Duke Ellington. Aí a plateia pode ouvir e viver a idéia principal do álbum. Os músicos desfilaram clássicos como Satin Doll, Lamentos, Ingênuo, In a Mellow Tone, Sophisticated Lady, Rosa, e emocionaram ao encerrar com As Rosas Não Falam, de Cartola. O público, bastante heterogêneo, também foi destaque da noite e mostrou que o projeto Conexão Jazz, que chega ao seu terceiro, ano foi bem aceito.



Cliff Korman, que também é compositor e arranjador, está há mais de vinte anos ligado ao Brasil, espiritual e fisicamente. Desenvolveu projetos bilaterais relacionando, além de Pixinguinha e Duke Ellington, Gershwim e Jobim, Radamés Gnatalli e Telonius Monk. Tem vários discos gravados com músicos brasileiros e editou o livro Inside the Brazilian Rhythm Section (editora Sher Music) com o guitarrista Nelson Faria, também lançado no Japão pela editora Arikita Music. O pianista ministra cursos na City University of New York, The New School University, Manhattan School of Music, Universidades Federais do Rio de Janeiro e Minas Gerais e na Escola de Música de Brasília.





Inside the brazilian rhythm section - O livro traz oito estilos brasileiros (samba, bossa nova, partido alto, choro, baião, frevo, marcha-rancho e afoxé) detalhados e explicados, mostrando os padrões de acompanhamento e a interação entre violão, piano, baixo e bateria. Vem ainda com dois CDs, gravados em Nova Iorque, com faixas especiais, com as quais é possível "tocar junto", como se fosse um dos componentes da banda. Os CDs têm a participação dos músicos: Nelson Faria, violão; Cliff Korman, piano; Paulo Braga, bateria; David Fink, baixo acústico; Itaiguiara Brandão, baixo elétrico e Café, percussão.
Por Hamilton Freitas

Letícia e Piassarollo dão o toque nacional


Oportunamente, o projeto Conexão Jazz também voltou-se a música nacional por duas ocasiões. A primeira foi com a promoção do concerto da talentosa cantora rio-grandina Letícia Torança. Um projeto que conquistou credibilidade pelo alto nível dos artistas apresentados - tanto os estrangeiros quanto os locais - não correria o risco de perdê-la com um evento menor. Daniel Duarte (violão), Gilnei Oliveira (contrabaixo), Alessandro Volcan (violoncelo), Edinho Galhardi (bateria) e Plínio Santos (acordeon) formaram a banda que acompanhou Letícia, uma agradável revelação no cenário musical local.

No palco, a cantora mostrou com desenvoltura alguns clássicos da MPB e músicas inéditas e fez jus ao espaço que lhe foi concedido. O show aconteceu em setembro e antecedeu à apresentação do último Conexão Jazz de 2005, que presenteou o público com o guitarrista Ary Piassarollo na antevéspera do Natal.

O quinteto liderado por Piassarollo executou composições do guitarrsita, clássicos da MPB e standards do jazz, mostrados com o refinamento e a excelência dos músicas. E que não se confunda excelência com elitização, o que afastaria o Conexão Jazz da sua proposta de popularizar o gênero jazz. Entenda-se excelência como o resultado da mistura de talento, técnica e bom-gosto, requisitos que estão ao alcance de todos. O guitarrista, hoje radicado em São Paulo, morou por quase duas décadas nos EUA, mas antes gravou e acompanhou nomes como Elis Regina, Djavan e Ivan Lins, entre outros.

Acompanhado por Eduardo Escalier na bateria, Alexandre Chagas no contrabaixo, Daniel Zanotelli no sax alto e Eduardo Varela no teclado, o guitarrista rio-grandino apresentou arranjos pessoais de temas clássicos como Na Baixa do Sapateiro, de Ary Barroso, e Georgia, canção imortalizada por Ray Charles. O concerto, por si, de nível internacional, foi enriquecido com dois momentos mágicos: a presença da cantora Letícia Torança e do guitarrista Gilberto Oliveira. Ela hipnotizou a platéia, interpretando Fascinação. Gilberto Oliveira - em duo com Ary - inspirado por Paco de Lucia e Al Di Meola, arrebatou os presentes, ao executar uma peça do repertório flamenco.

Piassarollo foi mais um músico de jazz, essencialmente instrumentista, e rio-grandino, com caráter internacional que o Projeto Conexão Jazz ofereceu ao público, alcançando o seu objetivo de tornar esse gênero musical acessível a um grande número de pessoas, seja pelo valor do ingresso, seja pelo conforto de tê-lo em sua própria comunidade, sem a atribulação de deslocar-se para outras cidades.

por Hamilton Freitas
foto Letícia e Ary - JCelmer

Sandy Sasso: Jazz com atitude


Em 12 de novembro de 2005, foi a vez da cantora norte-americana Sandy Sasso marcar presença no projeto Conexão Jazz. Vivendo em Nova Jérsei, mas com presença freqüente no cenário jazzístico de Nova Iorque, a cantora é portadora de expressiva bagagem musical. As big bands de Tommy Dorsey, Benny Goodman e Nelson Riddle são exemplos da boa companhia de que ela se faz cercar.
Dona de voz marcante, profunda, Miss Sasso começou estudando canto e piano clássicos, porém quando enveredou pelos caminhos do jazz foi definitivo. Em 2003, gravou Mixed Grill (North Country Records) com a big band de Nelson Riddle (a mesma que acompanhava Frank Sinatra) e, em setembro de 2005, lançou All My Men (North Country Records), seu segundo disco, com um sexteto que reúne o pianista Onaje Allan Gumbs (que tocava com o trompetista Woody Shaw) e o contrabaixista Marcus McLaurine.

O palco do Municipal foi o cenário para o lançamento internacional do segundo trabalho de Sandy Sasso. A cantora se apresentou com o seu pianista e teve o trio completado com os rio-grandinos Gilberto Oliveira (baixo) e Eduardo Escalier (bateria).
por Hamilton Freitas


Ouça as faixas de Mixed Grill


Ouça as faixas de All My Men


Visite o site da cantora

A vez dos ingleses



Depois dos norte-americanos, Jane Blackstone e Werner "Vana" Gierig, o Conexão Jazz chegou a sua terceira edição com trazendo o som instrumental do duo britânico formado pelo saxofonista Trevor Watts e pelo percussionista Jamie Harris. O show confirmou a avaliação de uma recente apresentação no Hothouse Club, de Chicago, traz o seguinte comentário na coluna Jazz Review, do jornal Chicago Tribune: "O diálogo de Trevor Watts e Jamie Harris transmite uma tremenda energia, levando a platéia a um cativante mas nada familiar terreno musical".

E foi isso mesmo. O som nervoso da dupla teve o tempero da world music impregnado com uma boa dose de exotismo. É o reflexo da condição de Watts, natural da cidade inglesa de York, que se tornou um cidadão do mundo graças às suas viagens constantes. Exemplo disso foram as apresentações que antecederam a presença do músico no Brasil - nos Estados Unidos, República Dominicana e Mongólia.
No palco, os quatro cantos do mundo parecem muito pouco para este cigano cultural, e Rio Grande (RS) foi mais um canto a experimentar a sua versatilidade e espontaneidade musical. Foram musicas tingidas de todas as cores, oriundas de várias nacionalidades. Experimentais muitas vezes, sem fronteiras sempre.

Jamie Harris explorou as sonoridades dos instrumentos de percussão de forma impressionante. Exibiu as poliritmias em congas, nos bongôs latinos e nos djembês africanos. Demonstrou sutileza em pratos, triângulos, cimbales e curiosos instrumentos orientais. Enfim, a world music para todos os cantos do mundo, inclusive para o extremo sul do Brasil. O espetáculo faz parte das festividades de comemoração do 105º aniversário do Sport Club Rio Grande e aconteceu no Teatro
Municipal, no dia 25 de julho de 2005. A abertura do show ficou por conta do trio instrumental do guitarrista, violonista e baixista Gilberto Oliveira.

por Hamilton Freitas


Saiba mais sobre Trevor Watts

Werner "Vana" Gierig plus Brazilian Percussion



O jazz-fusion em evidência no palco do Teatro Municipal

O anúncio da segunda edição do projeto Conexão Jazz mostrou que os produtores do evento J. C. Celmer e João Reguffe tinham firmes propósitos com a sua intenção de oferecer ao público rio-grandino e da região música de qualidade e de alto nível a preços populares. O público retribuiu o chamado e vibrou com o espetáculo dos instrumentistas norte-americanos Werner "Vana" Gierig (piano) e Gregory Jones (contrabaixo), que vieram acompanhados pelos excelentes músicos paulistas Rogério Boccato (bateria) e Vinícius Barros (percussão). O show aconteceu no dia 26 de maio de 2005 no Teatro Municipal do Rio Grande, que acabaria se tornando a casa do Conexão Jazz nas edições seguintes.


No palco, Gierig e Jones provaram porque se apresentam com sucesso em salas do mundo inteiro. Mostraram o melhor do jazz contemporâneo aliado ao estilo clássico nova-iorquino. Nos EUA, o pianista e compositor tem integrado algumas turnês e participado de gravações de artistas como Regina Carter, Rachelle Ferrell, Lena Horne, George Howard, Special EFX, Najee, Warren Hill, Will Downing, Angela Bofill e muitos outros. Gierig se mostrou dono de muita criatividade e força nas interpretações, apresentando musicas dos seus dois álbuns: Small Regrets e A New Day (Twinz Records)


De quebra, quem foi ao teatro viu e ouviu a competência do instrumentista brasileiro, através de Rogério Bocatto e Vinicius Barros, músicos da Jazz Sinfônica, de São Paulo, que acompanharam Werner Gierig e Gregory Jones durante o lançamento do recente A Ney Day no Brasil.

O público se manteve ligado na performance do quarteto, que esbanjou sensibilidade musical e transitou com desenvoltura nos temas apresentados. Souberam ser mais suaves para mostrar a harmonia de composições de Small Regrets e precisos e ritmados para mostrar as influências do jazz-fusion e dos ritmos latinos e brasileiros presentes em no CD A New Day. Um grande espetáculo para uma platéia que ficou, ao final, com cara de "quero mais".

Por Hamilton Freitas
Escute as musicas dos CDs Small Regrets e A New Day
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Veja os vídeos
New Yorkin'
3:29 min/2.0MB

Healing in Foreign Lands
4:29 min/2.6MB

Everything I Love
2:51 min/1.6 MB